No dia 11 de setembro de 2019, o superintendente da Sipad, Professor Doutor Paulo Vinicius Baptista da Silva, em entrevista falou sobre a criação do órgão. Baptista é formado em psicologia pela Universidade Federal do Paraná, e é professor do Setor de Educação desde 1995. Sua linha de trabalho é sobre relações raciais, polÃticas afirmativas, e polÃticas públicas para crianças e adolescentes.  O professor foi empossado como superintendente em 28 de junho de 2018 em cerimônia no gabinete do reitor.
Criada em 29 de novembro de 2017, a Superintendência de Inclusão, PolÃticas Afirmativas e Diversidade (SIPAD), é vinculada ao Gabinete da Reitoria, tem como missão propor, fortalecer e concretizar polÃticas de promoção de igualdade e de defesa dos direitos humanos junto à s práticas inclusivas empenhadas pela Universidade Federal do Paraná. Segundo o superintendente, os fatores que levaram a criação de um órgão que executasse as demandas de polÃticas afirmativas e de inclusão foi, principalmente para que houvesse uma responsabilização formal para tais atribuições. A UFPR já vinha num movimento de maior vazão para tais temas, desde o inÃcio dos debates sobre PolÃticas de democratização do acesso à universidade até sua aprovação em 2004, propiciando a formação de um espaço institucional com maior diálogo com os movimentos sociais.
A SIPAD tem se mostrado fundamental para atuação em prol do desenvolvimento e fortalecimento de ações afirmativas em todo o âmbito universitário,no reconhecimento da diferença e da diversidade; no atendimento aos direitos de pessoas com necessidades especiais, com deficiência, altas habilidades/superdotação, surdos/as, negros/as, indÃgenas, quilombolas, comunidades tradicionais, povos do campo, mulheres, LGBTIs, migrantes, refugiados/as, solicitantes de refúgio ou portadores/as de acolhida humanitária, apátridas e outros grupos histórica e socialmente subalternizados, no âmbito acadêmico, pedagógico e institucional da comunidade da UFPR.
No perÃodo de consolidação da SIPAD as maiores dificuldades foram relacionadas a escassez de recursos e de espaço fÃsico. Hoje, embora cenário polÃtico esteja incerto para as universidades federais, Baptista se considera ainda otimista. Baptista é um pesquisador reconhecido no que se trata de pensar e implementar polÃticas que promovessem a inclusão e a diversidade em nÃvel institucional na universidade.
O superintendente comenta que o interesse humanista foi despertado logo na infância. Nascido em uma famÃlia humilde de raÃzes africanas e indigenas. Sempre teve incentivo de sua famÃlia para ler e comentou que sua casa era um lugar de trânsito de livros e pessoas. Isso principalmente por ser um terreiro de umbanda nos fundos, segundo ele, nas manhãs de sexta-feira depois da novena as pessoas iam se consultar com seu avô, que era pai de santo. Dentre as relações com a famÃlia, a avó tem um lugar especial em seu coração e na sua memória,por ser uma referência de africanidade. Durante a adolescência pode frequentar clubes de classe média em Belo Horizonte,o que ajudou a construir uma percepção de que ele transitava entre dois mundos.
Entrevista por Victoria S. Rodrigues/ Revisão: Judit Gomes