Estudantes indígenas da UFPR no ATL (Acampamento Terra Livre) 2024
Entre os dias 22 e 26 de abril, o Acampamento Terra Livre, maior mobilização indígena do Brasil, aconteceu em Brasília com a temática “Nosso marco é ancestral, sempre estivemos aqui“, expressando que não há democracia sem demarcação e é fundamental o direito à terra para que a vida exista. Tal reivindicação se faz necessária frente a tese anti-indigenista do Marco Temporal, que estabelece que os povos indígenas têm direito apenas às territórios ocupados até 1988.
Em 2024, o acampamento completa 20 anos de contribuição na defesa, luta e garantia dos direitos dos povos originários. Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), o primeiro ATL surgiu em 2004 por conta de uma ocupação realizada por povos indígenas Laklano-Xokleng, Kaingang e Guarani na frente do Ministério da Justiça, na Esplanada dos Ministérios que reivindicava o reconhecimento e demarcação de suas terras. O movimento foi apoiado por outras organizações indígenas de outras regiões do Brasil.
Desde então continuamente, ano a ano, acontece a grande reunião em Brasília durante o mês de abril para reivindicar melhores condições para uma vida digna, garantia de direitos e compartilhamento de saberes e momentos de confraternização entre parentes.
Neste ano, as/os estudantes indígenas da UFPR Camila Amajunepa (e sua filha Zaya Amajunepa), Odione Penha, Geovan dos Santos, Gislaine Vieira, Challenger Fagkri, Angela Sales e Patrick Batista estiveram no ATL e contaram um pouco do que é o acampamento através de suas perspectivas no vídeo ao lado.
Na UFPR hoje há cerca de 60 estudantes indígenas em diversos cursos e de todas as regiões do Brasil. É fundamental que a universidade esteja em constante processo de aprimoramento para garantir a permanência desses estudantes, bem como a qualidade dessa permanência. É necessário que se crie e fortaleça iniciativas que tragam visibilidade à causa, objetivando a superação de preconceitos e a eliminação de violências.
Uma dessas iniciativas é o Coletivo de Estudantes Indígenas, o CEIND, que está localizado no Subsolo do Prédio Histórico da UFPR. A existência do coletivo, criado em 2018, evidencia a importância de espaços que proporcionem o fortalecimento das identidades dentro da universidade através de eventos, rodas de conversa, semanas acadêmicas, vendas de artesanato, campanhas de arrecadação para aldeias próximas e grupos de estudos. Para acompanhar as ações do coletivo, siga no instagram.
Que a questão indígena não fique só em Abril!
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