NEPAHS
O Núcleo de Estudos e Práticas em Altas Habilidades e Superdotação (NEPAHS) foi fundado em 2016 pelas professoras Tatiana Izabele Jaworski de Sá Riechi, Laura Ceretta Moreira, Elizabeth Carvalho da Veiga, Denise Maria de Matos Pereira Lima e Eliane Regina Titon Hotz.
Figura 1. Foto da criação do NEPAHS (Núcleo de Estudos e Práticas em Altas Habilidades/Superdotação), dia 08 de abril de 2016, na sala do Núcleo de Prática em Psicologia/ PUC-Pr.
O embasamento teórico do NEPAHS vem de uma articulação das teorias de inteligências de Gardner e de Sternberg. Gardner afirma que as inteligências múltiplas se manifestam de maneiras diferentes e em níveis de desenvolvimento diferentes para cada indivíduo. Segundo ele, foram identificados e descritos oito sistemas inteligentes: linguística, lógico matemática, espacial, corporal-cinestésica, musical, naturalista, intrapessoal e interpessoal. Do ponto de vista de Sternberg, que traz a Teoria Triárquica, ele apresenta as três dimensões da inteligência: analítica, que envolve a capacidade de analisar, julgar, avaliar e comparar; prática, que envolve a capacidade de usar, aplicar e adaptar e criativa, que envolve a capacidade criar e inventar. Ao se considerar as dimensões multifacetadas da inteligência, abolindo a ideia de uma inteligência única e estática, a identificação das Altas habilidades/Superdotação (AH/SD) neste projeto parte da inteligência acadêmica proposta por Gardner (linguística e lógico-matemática), e na equivalência da teoria de Sternberg o foco está na inteligência analítica, descentralizando da concepção generalista de inteligência sem perder de vista a pluralidade dos sistemas inteligentes.
Objetivos
O objetivo geral do núcleo é desenvolver ações de política institucional para o evidenciamento das AH/SD nas universidades brasileiras.
Objetivos específicos:
PEGAHSUS
O Programa de Evidências Globais de Altas Habilidades/Superdotação nas Universidades (PEGAHSUS) é um dos principais projetos que está dentro do NEPAHS.
O PEGAHSUS inicialmente era um projeto de ação interuniversidades, parceria entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que buscava desenvolver práticas afirmativas permeadas por reflexão, capacitação, estudos e pesquisas na área de AH/SD. Por meio de ações interventivas, passando pela sensibilização, identificação, até a capacitação dos segmentos sociais, educacionais, políticos e da saúde na área das AH/SD, propunha-se a promover um avanço no conhecimento técnico–científico imprescindível para inclusão mais efetiva desta população. No entanto, em agosto de 2019, a parceria com a PUCPR foi encerrada, mantendo as atividades do projeto sob responsabilidade da UFPR.
A dinâmica de funcionamento do projeto consiste em 3 etapas. Na primeira, é feito um levantamento de indicadores de AH/SD. Na segunda, é realizada uma avaliação psicoeducacional, onde são utilizados testes de inteligência, flexibilidade cognitiva, atenção, habilidades sociais, inventário pedagógico, escalas de ansiedade, depressão e regulação emocional. Por fim, na terceira etapa, são feitas as intervenções voltadas para sujeitos com AH/SD.
Nos primeiros anos do PEGAHSUS o foco da intervenção foram as propostas de enriquecimento curricular — os PEGAHSUS Gathering — onde eram realizadas palestras de assuntos pertinentes e do interesse dos superdotados, além da possibilidade do adiantamento de matérias com um laudo positivo de Altas habilidades/superdotação (possibilidade prevista na lei), nos respectivos cursos dos alunos. Esse tipo de intervenção obteve feedbacks positivos, mas fez-se necessária ao longo do tempo uma maior atenção às intervenções direcionadas para a esfera da saúde mental desses alunos devido às suas fragilidades emocionais, como frustração, desestimulação perante o programa acadêmico, descompasso entre desenvolvimento intelectual e maturidade afetiva, perfeccionismo e excesso de autocrítica, sensibilidade exacerbada e maior intensidade emocional. Por isso, a partir do início de 2019, começaram a ser realizados os Grupos Operativos (GO-PEGAHSUS) com os alunos do projeto, destinados ao trabalho de questões que englobam temas como ansiedade, habilidades sociais, tolerância à frustração, autoestima, felicidade, entre outros.
Resultados
Durante todo o tempo de existência do NEPAHS, desde 2016 até 2019, já foram obtidos diversos resultados. Dentre os principais está a elaboração, as análises paramétricas e a coleta de dados a partir do desenvolvimento do Questionário para Identificação da Expressão da Inteligência (QIEI). A equipe do projeto aplicou o instrumento QIEI em 13 turmas UFPR e 18 PUCPR, acessando um total de 1.188 alunos, do segundo semestre de 2017 ao primeiro semestre de 2019. Como resultado, entre 2017 e 2018 foi realizada a avaliação psicoeducacional em 35 alunos da PUCPR e 75 alunos da UFPR. Além disso, foi cristalizada a parceria com o MENSA (Sociedade de alto QI) para ingresso dos participantes avaliados no projeto, de ambas as universidades. No âmbito da intervenção, foram realizados 5 PEGAHSUS Gathering (palestras de enriquecimento curricular com os alunos do projeto), 5 Grupos Operativos temáticos (GO PEGAHSUS), publicação de 3 edições do jornal interno A voz do Pegahsus e a construção do blog do projeto. Ademais, foram publicados artigos e pôsteres em congressos, além de duas defesas de mestrado que tratam do tema AH/SD. Para mais, no segundo semestre de 2019 também serão realizadas as Rodas de Conversa sobre Altas Habilidades/Superdotação (ROCAHS), que têm por objetivo promover diálogo, troca de experiências e esclarecimentos sobre AH/SD. É um evento aberto à comunidade, onde participarão pais, alunos, professores, técnicos e comunidade externa, tendo a sua primeira edição dia 16/10/2019, das 17h30 às 19h00, no Centro Politécnico da UFPR, prédio de exatas, PA02.
Com esse breve histórico, deixamos o nosso agradecimento a toda a equipe do NEPAHS e aos alunos participantes do projeto, que possibilitam a existência dessa história.